Com menos de seis meses de voleibol, gigante de 2,06m e 16 anos disputa a Primeira Divisão sub-18 masculina do CBS

14/03/2022

Com menos de seis meses de voleibol, gigante de 2,06m e 16 anos disputa a Primeira Divisão sub-18 masculina do CBS
Com menos de seis meses no voleibol, Yan Patrick já está no Sada Cruzeiro (Créditos: Divulgação)

A vida do jovem Yan Patrick, de 16 anos, mudou bastante nos últimos seis meses. Em sua primeira competição de voleibol, esporte que pratica desde o fim de 2021, o central de 2,06m é um dos trunfos da seleção da Bahia na disputa da Primeira Divisão sub-18 masculina do Campeonato Brasileiro de Seleções (CBS), que começa nesta terça-feira (15.03), no Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ). Todas as partidas têm transmissão ao vivo pelo Canal Vôlei Brasil.

Até novembro do ano passado, o menino criado no subúrbio de Salvador (BA) dividia seu tempo entre a escola e as oficinas de percussão no Ilê Ayê. De vez em quando, assistia as “peladas” de vôlei que o pai disputava na praça do bairro da Liberdade, na capital baiana. A altura do jovem chamou a atenção e o convite para treinar foi natural, mas precisou de insistência. O sonho inicial de Yan era ser jogador de futebol e, por um tempo, ele resistiu ao chamado das quadras.  

“Meu pai sempre gostou de jogar vôlei com os amigos perto de casa. Eu costumava ficar ao lado da quadra assistindo, mas meu sonho era ser jogador de futebol. Sempre me falavam que para tentar o voleibol, que teria futuro. Até que um dia, um dos amigos do meu pai falou de um projeto que tinha aulas de vôlei para a minha idade e eu fui. Depois de duas semanas vi que tinha jeito e fui me adaptando”, disse Yan, que fazia aulas de percussão do Ilê Ayê desde os oito anos

O projeto era o Subúrbio 360, que trabalha com jovens da periferia de Salvador e oferece aulas de diversas modalidades. “A altura dele impressionou. Logo depois, o Yan mostrou ter habilidade nos fundamentos. E isso nos deixou animados, porque ele tinha potencial. É um jovem que aprende rápido, coordenado e disciplinado, possui características muito relevantes para se tornar um atleta de alto rendimento. Não pensei duas vezes e indiquei o Yan para a comissão técnica da base do Sada Cruzeiro. Enviei um vídeo dos nossos treinamentos e ele foi aprovado”, comentou o professor Márcio Sacramento.  

A chegada ao clube mineiro fez com que Yan abraçasse a carreira de atleta e se dedicasse ainda mais nos treinamentos. A disputa do CBS será a primeira competição oficial do jovem jogador. A estreia da seleção baiana será às 17h, contra a equipe de Alagoas. O central não esconde o nervosismo, mas mostra disposição para chegar ao pódio. 

“O CBS será o meu primeiro torneio oficial. Não tem nem seis meses que comecei a jogar voleibol de verdade, então estou nervoso para estrear. Mesmo com esta ansiedade, mantenho meu foco e vou para a quadra com um desejo enorme de ser campeão”, contou Yan. 

A equipe da Bahia está no grupo B ao lado de Alagoas, Amazonas, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. O grupo A é formado por Mato Grosso, Piauí, Ceará, Distrito Federal e Roraima. Os dois primeiros em cada grupo avançam para as semifinais. Na fase classificatória, as partidas acontecem com três sets obrigatórios, enquanto na fase decisiva a disputa será em melhor de cinco sets. Os três primeiros colocados sobem para a Divisão Especial na próxima temporada, já os times da oitava à décima posições disputarão a Segunda Divisão em 2023. 

Tabela de Jogos Primeira Divisão sub-18 masculina 

Intercâmbio entre treinadores das equipes e membros das comissões técnicas da base  

Durante o CBS, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) promove intercâmbio entre os treinadores das equipes participantes e integrantes das comissões técnicas das seleções brasileiras de base.  Em palestras, conversas e avaliações, o objetivo é trocar experiências.  

“Queremos promover a aproximação entre a CBV e os treinadores, mostrar que eles fazem parte do processo de formação dos atletas. Passamos um pouco do nosso planejamento e o que buscamos com as avaliações que fazemos, tanto na parte técnica quanto na parte física. Também temos um encontro pós torneio para um retorno dos técnicos sobre a competição. Queremos deixar este canal cada vez mais aberto, e o retorno tem sido muito positivo”, disse Julia Silva, gerente de seleções da CBV.

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