Thati Damásio administra tempo entre as carreiras de atleta e nutricionista
07/12/2020
Quando você pensa em uma super mulher, a primeira imagem que deve vir a sua cabeça é de um personagem de história em quadrinhos. No vôlei de praia brasileiro, pensamos logo em Thati Damásio. Atleta profissional, mãe de dois filhos, sendo um de 19 e um de 3 anos, casada, dona de casa e nutricionista. Sim, a Thati acumula duas profissionais e garante que consegue acomodar suas duas paixões de maneira absolutamente equilibrada.
“De manhã eu sou atleta, faço tudo que é preciso, treino com bola, e à tarde eu sou nutricionista. Atualmente eu administro assim o meu dia. No início era mais difícil porque eu ficava muito cansada, mas, como tudo na vida é questão de costume, e quando a gente quer de verdade, dá um jeito e tudo se encaixou”, contou Thati.
A atleta de 39 anos e 1,83m joga vôlei desde os 12 anos, em João Pessoa (PB), sua cidade natal. Jogou vôlei de quadra, chegou a se mudar para São Paulo (SP) para defender o Pinheiros, mas percebeu que sua paixão estava mesmo na praia. E um pouquinho depois, a Nutrição. Sem receios de ter uma rotina puxada, ela não hesitou: escolheu as duas profissões.
“Eu sempre amei o vôlei e sempre quis ser nutricionista. As duas profissões me dão muita felicidade. Eu tenho um prazer em enorme em ajudar as pessoas a conseguirem seus objetivos, mas o vôlei é a minha vida. Não tem como escolher entre um e outro. Seria como dizer de qual filho eu gosto mais. Impossível”, brincou Thati.
Conseguir unir as duas coisas também foi difícil, mas nada que a maturidade não ajudasse. Com o passar do tempo, Thati conseguiu administrar ainda melhor o seu tempo e tudo se encaixou.
“Eu sempre gostei da área de Nutrição, mas antigamente era mais difícil para eu conseguir conciliar com a carreira de atleta e o vôlei era a minha prioridade. Quando eu fui ficando mais velha, consegui adequar melhor as coisas. Eu sempre quis ser nutricionista e, ciente de que a carreira de atleta não é tão longa, fui tentando levar os dois para quando eu parar com o vôlei já ter alguma coisa que eu goste para seguir em frente”, explicou a atleta de vôlei de praia.
Mas, claro, nem tudo é apenas satisfação. Tem um parte complicada: deixar Theo, de 3 anos, em casa a cada viagem para as etapas do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia Open.
“Deixar o filho em casa é difícil. Quanto mais agora que ele entende melhor e fica perguntando quando eu volto. Com o consultório, eu consigo me programar e ajusto tudo. Na semana da etapa eu viajo na quinta, então perco dois dias de consultório. O Theo fica com o pai, com a minha sogra, minha tia. Lá em João Pessoa eu tenho uma estrutura”, explicou Thati, que é mãe também de Thiego, que também é atleta de vôlei de praia e já disputa o Circuito Brasileiro.
Se hoje a rotina é acelerada – e proporcionalmente prazerosa – imagina só durante a gravidez e assim que Theo nasceu. Mas, Thati lembra de tudo com muito carinho e garante que tudo foi muito rápido.
“Quando engravidei, eu não parei nem um ano. Não cheguei nem a perder a minha pontuação. Quando o bebê estava com três meses eu já estava jogando de novo e ele foi viajando comigo para onde eu ia. Até os seis meses ele estava só no peito e entrou nesse ritmo das viagens comigo nas etapas de Brasília, Aracaju e Maceió. Nem eu sei como consegui isso, mas quando a gente faz o que gosta, o que ama, tudo é possível. Damos um jeito para tudo”, concluiu Thati Damásio, deixando uma verdadeira lição de vida.
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro