Gestão de centro de treinamento de vôlei de praia é tema de encontro online da CBV

18/08/2020

Gestão de centro de treinamento de vôlei de praia é tema de encontro online da CBV
Renan Rippel durante apresentação na Academia, transmitido pelo Canal Vôlei Brasil (Créditos: Divulgação/CBV)

Do Rio de Janeiro (RJ) – 18.08.2020

A gestão profissional de um time de alto rendimento do vôlei de praia e de projetos sociais foi o tema da palestra virtual da Academia do Voleibol nesta terça-feira (18.08). Na 29ª apresentação do projeto, que visa compartilhar conhecimento com profissionais de todo país durante a pandemia da COVID-19, o preparador físico Renan Rippel trouxe detalhes na estrutura do time Ágatha e Duda, classificado para os Jogos em Tóquio.

A palestra foi exibida no Canal Vôlei Brasil, de maneira gratuita e para profissionais de todo país, mediada pelo presidente da Comissão Nacional de Treinadores (Conat), Carlos Rios.

Além de ser preparador físico da dupla, Renan também atua como gestor da equipe e do projeto social Ágatha, em Paranaguá (PR). Ele separou a apresentação em duas partes. Na primeira, trouxe informações sobre a organização de projetos sociais. Na segunda parte, deu detalhes sobre a administração de um time focado em desempenho esportivo, que briga por títulos mundo afora.

“O time Ágatha/Duda começou com uma estruturação diferente. Propus uma coletiva de imprensa, queria apresentar à mídia, tentar impactar de forma positiva, com organização. E no primeiro dia já falamos sobre classificação para Tóquio. Outro ponto foi a formatação dos profissionais da equipe. Coloquei no papel que precisávamos de 11 profissionais para montar o time, desde o primeiro dia isso foi estabelecido, apresentei às meninas e fui buscar os nomes que se encaixavam no perfil”, disse Renan.

Diferente do voleibol indoor, onde os atletas são contratados para representar um clube, no vôlei de praia, os próprios atletas muitas vezes atuam como gestores do time. Renan explicou que propôs organizar o planejamento para deixar Ágatha e Duda exclusivamente livres para treinar e desempenhar o papel dentro das quadras, livres das demais funções.

“Criamos um formato de uma empresa. A ideia desse modelo era fazer com que as atletas só se preocupassem em performar, minimizando todo contexto externo. A logística de viagens, os cronogramas de exames, avaliações, toda a organização ficou com o gestor. É uma realidade diferente, os atletas normalmente fazem essa gestão, ou muitas vezes o treinador, que acaba sobrecarregado, mas apresentei a ideia e elas toparam desde o início”, declarou.

Gestão Financeira

A organização na parte financeira de um time autogerido também foi explicada por Renan, que destacou os principais pontos: rigidez no planejamento e transparência.

“Tínhamos o desafio de organizar a gestão da parte financeira, já que o dinheiro de premiações, os patrocínios e verbas chegam para os atletas. A grande estruturação que tivemos no início foi de administrar os gastos. Criou-se uma planilha orçamentaria e uma estrutura onde fazíamos os gastos em um cartão corporativo, as compras de equipamentos, pagamentos, viagens. E ao final do mês, fazemos a prestação de contas. Criei um canal aberto com as duas atletas, apresentei a ideia de salários aos profissionais da comissão. E conforme melhoramos a estrutura do time, aumentamos os patrocínios, fizemos os reajustes. O principal é ter um nível de organização rigoroso, tudo ser detalhado e documentado. A transparência na prestação é o mais importante”, disse Renan.

Projeto Social

Renan também apresentou o planejamento do Projeto Ágatha, localizado em Paranaguá (PR) e que possui 12 anos de existência. Através de parcerias com a prefeitura municipal e empresas privadas, o instituto já ofereceu aulas de vôlei para cerca de 9 mil crianças de 7 a 17 anos. O foco é no desenvolvimento social, apesar de alguns nomes já despontarem na base.

“É importante buscar a captação de recursos em projetos privados, eles dão um pouco mais de liberdade para realizar as atividades, é preciso ter esse equilíbrio entre o apoio público e privado. Outro ponto é entregar a visibilidade aos apoiadores, ser visto, sabemos como é difícil captar, então é importante expor as marcas”, disse Renan, que completou.

“Também incluímos no cronograma a realização de atividades sociais que tragam a comunidade para dentro do projeto. Isso traz visibilidade e a oportunidade de aproximar pessoas do projeto, terem a vivência, saberem o que realizamos”.

A Academia do Voleibol já proporcionou outras 28 reuniões virtuais com temas variados sobre vôlei de praia, vôlei de quadra e Comissão Nacional de Treinadores (Conat). O conteúdo posteriormente também fica disponibilizado no YouTube da CBV.

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